O Palio de Siena é uma corrida de cavalos que acontece na Piazza del Campo, no centro da cidade italiana de Siena, duas vezes por ano: no dia 2 de julho, em homenagem à Madonna di Provenzano, e no dia 16 de agosto, em homenagem à Nossa Senhora da Assunção. Por ocasião de eventos excepcionais, celebrações municipais ou nacionais consideradas relevantes e pertinentes (por exemplo: o centenário da unificação da Itália), a comunidade de Siena pode decidir realizar um "Palio extraordinário".
Existem registros do evento desde o século XIII. Primeiramente era disputado entre nobres, mas desde o século XVIII (1729), o território da cidade foi dividido em 17 regiões (contrade). Cada uma com suas cores e hino próprios. As 17 contrade são: Aquila, Bruco, Civetta, Chiocciola, Drago, Giraffa, Istrice, Leocorno, Lupa, Nicchio, Oca, Onda, Pantera, Selva, Tartuca, Torre e Valdimontone. Pequenas fontes com os sinais heráldicos das contrade estão espalhadas pela cidade, e são usadas para o batismo dos membros da contrada (os contradaioli). Cada contrada também tem um local histórico-museu.
Existem diversas maneiras de pertencer a uma contrada. A forma mais tradicional é o ius soli: que é o nascimento dentro dos limites da contrada. É possível pertencer a uma contrada também por ius sanguinis: ou seja, por descendência direta de membros de uma contrada. O que significa que toda pessoa natural de Siena já nasce pertencendo a uma contrada. Um terceiro critério é a escolha de uma contrada onde você tem relações sociais mais próximas e importantes. Forma utilizada por quem vem de fora da cidade ou do país.
Antes da corrida, as contrade desfilam com trajes tradicionais e bandeiras. Apenas no início do século XX (1904), as contrade e a prefeitura (comune) renovaram os trajes do desfile histórico e o estilo medieval-renascentista foi adotado em definitivo.
Mas a corrida em si é feita somente por dez cavalos, escolhidos por sorteio, de acordo com um regulamento particular que permite a rotação constante dos participantes. Os 7 distritos que não participaram no anterior correm por direito, e um mês antes do Palio são sorteadas as 3 vagas restantes. No caso de um Palio extraordinário, ocorre um sorteio entre todos os distritos para determinar os dez participantes. Ganha o cavalo que chegar primeiro, após três voltas ao redor da praça, mesmo que o jóquei já tenha caído. O prêmio é um estandarte (palio) criado exclusivamente para cada evento, por um artista local (no caso do Palio de Julho) ou de fora (no caso do Palio de Agosto e dos Palios Extraordinários). O estandarte é apresentado uma semana antes do Palio.
Vencida a corrida as celebrações começam imediatamente: os contradaioli vitoriosa recebem o Palio e vão à Basílica da Madonna di Provenzano (no Palio de julho) ou à Catedral (em agosto) para cantar a Maria Mater Gratiae de agradecimento à Madonna. A partir deste momento, todas as ocasiões serão boas para lembrar a cidade da vitória que conquistou no Campo, até o outono, quando, entre o mês de setembro e os primeiros dias de outubro, quando acontece no bairro vitorioso o "jantar da vitória", que contará com a presença de milhares de contradaioli e, no lugar de honra, o cavalo vitorioso, um verdadeiro herói admirado.
A festa se desenrola em quatro dias repletos de eventos diversos, cuja preparação dura o ano todo. O clima paliesco aproxima-se no final de maio, com o sorteio dos três distritos que concorrerão com os outros sete ausentes no ano anterior.
Entre 1915 a 1918, durante a I Guerra Mundial, o Palio foi suspenso. Na retomada, com o advento do fascismo, a organização do Palio passou sob a responsabilidade da Ópera Nacional Dopolavoro. O Palio de julho de 1936 foi chamado de "Palio do Império" porque celebrava o nascimento do Império Italiano. Mais uma vez, durante a II Guerra Mundial, as atividades do Palio foram interrompidas, voltando em 20 de agosto de 1945 com um Palio Extraordinário que ficou conhecido como o “Palio da Paz”. Em 2020 e 2021, as atividades do Palio voltaram a ser canceladas, devido à Pandemia de COVID-19.
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