Selos de Qualidade de Produtos Alimentíceos da União Europeia
- Berenice Chiavegato
- 30 de jun. de 2021
- 4 min de leitura

Olá pessoas,
Umas das coisas que mais me encantam na Itália é o cuidado com a qualidade dos ingredientes que são utilizados na elaboração dos alimentos e das bebidas. E esse cuidado também envolve os locais onde esses itens são feitos e o principalmente o modo de produção dos mesmos.
Existem vinhos, pães, queijos, entre outros diversos produtos típicos de cada região da Itália ou até mesmo típicos de cada cidade. Mesmo nas menores cidades é possível encontrar pães e queijos exclusivos, que são expostos e vendidos em lojas e restaurantes com um baita orgulho.
Esse cuidado com detalhes dos alimentos não é exclusivo da Itália, mas pode também ser visto em vários outros países da União Europeia. Com isso, foram criados selos de qualidade e identidade cultural dos produtos alimentares. Esses selos são controlados pelo Conselho da União Europeia e possuem uma legislação própria desde 92.
O interessante sobre esses selos é que garantem não só a qualidade do produto como a preservação do modo de fazer e até mesmo a identidade alimentar de um local. Exatamente por isso, quando você estiver em um supermercado na Itália – ou Europa – e se deparar com um vinho de 2 euros e se perguntar:
“Será que isso presta? Será que vou morrer de dor de cabeça no dia seguinte se beber esse vinho?”
Basta verificar se possui algum desses selos e confiar que vai beber um vinho de excelente qualidade. O mesmo serve para todos os outros produtos alimentares selados.
A seguir vou apresentar para vocês classificação dos produtos alimentares baseada nos selos. E, para verificar quais produtos se enquadram em cada categoria, o site www.agraria.org disponibiliza uma lista bem completa com o nome e classificação de diversos produtos italianos.
D.O.P. (DENOMINAZIONE DI ORIGINE PROTETTA)

Alimentos de características peculiares que dependem do território onde são produzidos. O selo atesta a combinação de características ambientais locais e técnicas utilizadas, que gera um produto impossível de ser produzido em outro local. Por exemplo, a Mozzarela di Bufala Campana, produzida unicamente com leite fresco de búfala asiática, chegada à Italia no século VII; o vinho Chianti, da região da Toscana, no centro da Itália; ou o Prosciutto di Parma, proveniente de uma província da região da Emilia Romagna, no Norte da Itália; outro é o queijo gorgonzola, originário da localidade de mesmo nome, na região da Lombardia.
I.G.P. (INDICAZIONE GEOGRAFICA PROTTETA)

Para obter esse selo, pelo menos, uma das fases do processo produtivo deve acontecer em uma área específica e atender a regras rígidas na produção.
É garantido para produtos agrícolas e alimentares de uma determinada qualidade, reputação ou outra característica que dependem da origem geográfica e cuja produção, transformação ou elaboração acontece em uma área específica. Um exemplo é o radicchio rosso (chicória vermelha), de Treviso (província da Região do Veneto), que deve sua cor e sabor característicos à água de nascente usada no seu cultivo.
D.O.P e I.G.P. abrangem vinhos, vinagres, carnes, queijos, azeite, peixes, verduras, pães, entre outros. A diferença entre os dois é feita pelas suas respectivas cores.
S.T.G. (SPECIALITÀ TRADIZIONALE GARANTITA)

É voltado para produtos agrícolas e alimentares que tenham uma “especificidade” ligada ao método de produção ou à composição ligada à tradição de uma zona, mas os produtos não necessariamente são produzidos somente em tal zona. Por exemplo, a pizza Napoletana, que pode ser feita na Itália toda, preservando as características específicas e as técnicas particulares.
CLASSIFICAÇÃO DOS VINHOS
Já os vinhos possuem denominações próprias. A classificação mostrada a seguir está disposta em ordem de melhor qualidade até um vinho genérico, de mesa:
D.O.C.G. (DENOMINAZIONE DI ORIGINE CONTROLLATA E GARANTITA)

São regulamentados e identificados a partir de uma zona de origem muito precisa, com características especiais e um método de produção patenteado. Por exemplo, o Prosecco. Um vinho branco frisante italiano originário da região do Veneto, no Norte da Itália.
D.O.C. (DENOMINAZIONE DI ORIGINE CONTROLLATA)

São regulamentados e identificados a partir de uma zona de origem muito precisa, tem sua zona de coleta de uvas delimitada, suas características são relativas ao ambiente e a técnica de produção específica.
Para receber esse selo, devem apresentar: a zona de produção, o rendimento máximo das uvas e de vinho por hectare, as características físico-químicas dos vinhos, as técnicas da produção, a composição dos vinhedos, entre outros.
I.G.T. (IDENTIFICAZIONE GEOGRAFICA TIPICA)

São produzidos em áreas normalmente amplas. As uvas utilizadas devem ser pelo menos 85%, proveniente da zona geográfica indicada. Para receber esse tipo de selo, o vinho deve ter algumas informações, como: a indicação geográfica, a delimitação da zona geográfica, as tipologias enólogas.
Os demais vinhos, que não possuem esses selos, são considerados vinhos genéricos ou vinhos de mesa. O que não quer dizer que não sejam bons vinho, apenas que a qualidade e localização das uvas, ou seu modo de fazer, não seguem os métodos pré-estabelecidos pelos selos.
Aliás, uma dica interessante é pedir os vinhos da casa quando for em algum restaurante italiano. Garanto para você que terá ótimas surpresas e excelentes harmonizações.
E se quiser saber mais, é só dar uma olhadinha nesse vídeo aqui
Fontes consultadas:
Aqui você encontra minhas orientações
Orientação para Mudança de País:
Orientação para Cidadania Italiana:
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